terça-feira, 29 de maio de 2012

O SAGRADO MAGISTÉRIO ENSINA

"Cap. IV - Da Contrição (Arrependimento)

A Contrição, que deve tomar o primeiro lugar nos atos do penitente já mencionado, é uma intensa dor e abominação dos pecados cometidos, com o propósito de não pecar daí em diante.

 Em todos os tempos foi necessário esse processo de Contrição para alcançar o perdão dos pecados da pessoa que delinqüiu depois do Batismo de modo que este penitente seja preparado até conseguir a remissão das culpas.

Se for agregada à Contrição a confiança na Divina Misericórdia, e o propósito de fazer tudo aquilo que for requerido para receber bem este Sacramento, declara então este Santo Concílio que esta contrição inclui não só a reparação do pecado e o princípio efetivo de uma vida nova, mas também o aborrecimento da vida anterior à contrição, segundo as palavras da Escritura: "Rasgai de vós todas as vossas iniquidades com as quais haveis prevaricado, e formemos um coração novo e um espírito novo".

E, com efeito, quem considere aqueles clamores dos santos: "Sempre pequei contra Ti, e em Tua presença cometi minhas culpas, estive oprimido no meio de meus gemidos, regarei com minhas lágrimas, todas as noites, o meu leito. Repassarei em Tua presença com a amargura de minha alma todo o transcurso de minha vida", e outros clamores da mesma espécie, compreenderá facilmente que emanaram todos estes de um ódio veemente da vida passada e de uma abominação muito grande dos pecados.

Ensina também, além disso, que ainda que suceda alguma vez que esta Contrição seja perfeita pela caridade e reconcilie o homem com Deus, antes que efetivamente receba o sacramento da Penitência, sem dúvida não deve ser atribuída a reconciliação a essa Contrição, mas sim ao propósito que ficou nela incluído de receber o Sacramento.(da Confissão)

Declara também que a Contrição imperfeita, chamada atrição2, que comumente é procedente da indignidade do pecado ou do medo do inferno e das penalidades, como exclua a vontade de pecar com esperança de alcançar o perdão, não somente não faz da pessoa uma hipócrita e maior pecadora, como também é Dom de Deus e impulso do Espírito Santo, que embora não habite no penitente, apenas o induz, ajudando-o a abrir caminho para chegar a justificar-se.

Ainda que não possa por si mesmo, sem o sacramento da Penitência conduzir o pecador à salvação, a atrição o dispõe para que alcance a graça de Deus no sacramento da Penitência. Como exemplo, podemos tomar os habitantes de Nínive, os quais aterrorizados com esse temor, fizeram penitência com a pregação de Jonas, cheia de medos e terrores, e alcançaram a misericórdia de Deus.

Com esse pressuposto, alguns escritores católicos são caluniados como se ensinassem que o sacramento da Penitência confere a graça sem a boa vontade dos que a recebem e este é um erro no qual jamais ensinou e nem mesmo pensou a Igreja de Deus. E do mesmo modo ensinam com igual falsidade que a Contrição é um ato violento e conseguido por força e não livre nem voluntário."  SACROSSANTO CONCÍLIO ECUMÊNICO DE TRENTO

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