O SAGRADO MAGISTÉRIO ENSINA
"5. (...)Nos nossos dias,
sobejamente verdadeiro é que as nações fremiram e os povos meditaram
projetos insensatos (Sl 2,1) contra o seu Criador; e quase comum se
tornou este grito dos seus inimigos: Retirai-vos de nós (Job
21,14). Daí, na maioria, uma rejeição completa de todo o respeito de
Deus. Daí hábitos de vida, tanto privada como publica, em que nenhuma
conta se faz da soberania de Deus. Bem mais, não há esforço nem
artifício que se não ponha por obra para abolir inteiramente a lembrança
d’Ele, e até a sua noção.
6.
Quem pesa estas coisas tem direito de temer que uma tal perversão dos
espíritos seja o começo dos males anunciados para o fim dos tempos, e
como que a sua tomada de contacto com a terra, e que verdadeiramente
o filho de perdição de que fala o Apóstolo (2 Tess 2,3) já tenha
feito o seu advento entre nós, tamanha é a audácia e tamanha a sanha com
que por toda parte se lança o ataque à religião, com que se investe
contra os dogmas da fé, com que se tende obstinadamente a aniquilar toda
a relação do homem com a Divindade! Em compensação, e é este, no dizer
do mesmo Apóstolo, o caráter próprio do Anticristo, com uma
temeridade sem nome o homem usurpou o lugar do Criador, elevando-se
acima de tudo o que traz o nome de Deus. E isso a tal ponto que,
impotente para extinguir completamente em si a noção de Deus, ele sacode
entretanto o jugo da sua majestade, e dedica a si mesmo o mundo visível
à guisa de templo, onde pretende receber as adorações dos seus
semelhantes. Senta-se no templo de Deus, onde se mostra como se fosse
o próprio Deus (2 Tess 2,2).
7. Qual venha a ser o desfecho desse
combate travado contra Deus por uns fracos mortais, nenhum espírito
sensato pode pô-lo em dúvida. Certamente, ao homem que quer abusar da
sua liberdade lícito é violar os direitos e a autoridade suprema do
Criador; mas ao Criador fica sempre a vitória. E ainda não é dizer o
bastante: a ruína paira mais de perto sobre o homem justamente quando
mais audacioso ele se ergue na esperança do triunfo. É o de que o
próprio Deus nos adverte nas Sagradas Escrituras. Dizem elas que Ele
fecha os olhos sobre os pecados dos homens (Sab 11,24), como que
esquecido do seu poder e da sua majestade; mas em breve, após essa
aparência de recuo, acordando como um homem cuja força a embriaguez
aumentou (Sl 77,65), Ele quebra a cabeça dos seus inimigos (Sl
67,22), afim de que todos saibam que o Rei de toda a terra é Deus
(Sl 46,8), e afim de que os povos compreendam que não passam de
homens (Sl 9,20)." São Pio X - Encíclica E SUPREMI APOSTOLATUS
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