quarta-feira, 31 de julho de 2013

Abaixo adiantamos um texto que pretendemos publicar junto com outras informações em um breve periódico que lançaremos, se Deus quiser, impresso na nossa querida região do Cariri nos próximos dias chamado "Versus Deum" de responsabilidade da Associação de Fiéis Católicos Cristo Rei que começou a existir oficialmente há dois meses, com reuniões mensais para recitação do Santo Rosário e Estudos Católicos, bem como promoção e defesa da Santa Fé! Pedimos aos leitores orações pelo sucesso deste apostolado!
 
O MOTU PROPRIO SUMMORUM PONTIFICUM
E A MISSA TRIDENTINA
Missa Tridentina Pontifical rezada por Dom Fernando Rifan na JMJ 2013
 
 
 
No último dia 07 de Julho de 2013 fez seis anos da publicação de um dos mais importantes documentos pontifícios dos últimos anos, trata-se do Motu Proprio Summorum Pontificum, através do qual sua Santidade o Papa Emérito Bento XVI devolveu plena cidadania à Santa Missa na forma anterior às reformas do Papa Paulo VI, o documento beneditiniano chama de Forma Extraordinária do Rito Romano à Missa celebrada segundo o Missal de 1962, mas que muitos, talvez, devam conhecer como Missa em "latim".

A famosa, e tão apedrejada, Missa em "latim" é na realidade um dos tesouros litúrgicos da Santa Igreja Católica de rito latino tendo sida desenvolvida ao longo de séculos de cristandade, e, segundo as palavras do próprio Papa Bento XVI: "impulsionou na vida espiritual a numerosos santos e fortaleceu a tantos povos na virtude da religião e fecundou sua piedade". Só para citar alguns destes santos que rezaram ou assistiram à Santa Missa segundo este venerável rito: São João Bosco, Santa Terezinha do Menino Jesus, São Pio de Pieltrecina, São Domingos Sávio, e nosso, ainda não canonizado, mas já considerado por muitos romeiros, Padre Cícero.

Outrossim, o próprio Santo Padre na carta que enviou aos Bispos do mundo inteiro, por ocasião da publicação do referido Motu Proprio, chamou a atenção para o fato de que a Santa Missa segundo o rito anterior à Reforma Litúrgica nunca havia sido proibida, estas as suas palavras: "como Forma extraordinária da Liturgia da Missa, quero chamar a atenção para o fato de que este Missal nunca foi juridicamente ab-rogado e, consequentemente, em princípio sempre continuou permitido".

De fato, São Pio V em sua Bula Quo Primum Tempore concede um idulto pérpetuo em favor da Missa no Sagrado Rito Tridentino: "em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa encorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre."

E continua o Santo Papa Pio V: "decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força."



E o Papa São Pio V estava tão convicto da necessidade de uma Liturgia rezada conforme as disposições do Missal Antigo, que termina sua Bula com a seguinte advertência para os que se atravessem a atingir a Missa Tridentina: "Se alguém, contudo, tiver a audâcia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo."

Ressalta-se que a Bula de São Pio V e o Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI nunca foram revogados por nenhum dos Papas que sucederam.

Portanto, o "Versus Deum" vem convidar todos os católicos que ainda vêem com preconceito a Missa Tridentina, vulgarmente chamada de Missa "em latim", a se aprofundarem no tema, uma vez que em muitos lugares do Mundo, inclusive no Brasil, muitos jovens leigos, seminaristas e sacerdotes tem se aproximado cava vez mais deste tesouro da Santa Igreja, na busca de encontrar aquelas riquezas espirituais que alimentaram a vida de tantos Santos e Doutores da Igreja no verdadeiro senso do sagrado, o qual já quase não se encontra em muitas Missas rezadas segundo a reforma do Papa Paulo VI, como tristemente se constata em muitas paróquias do Brasil e do Mundo.

Concluimos, infelizmente, constatando que ainda não contamos com tal celebração em nossa Diocese, apesar do Motu Proprio Summorum Pontificum plenamente em vigor ter possibilitado a todos os fiéis o direito de acesso a este tesouro, contudo esperamos, mais dia menos dia, conseguirmos com trabalho, oração e a ajuda da Santíssima Virgem Maria, este Tesouro Litúrgico da Santa Igreja para nossa região.


terça-feira, 2 de julho de 2013

Um digno Príncipe da Santa Igreja - Entrevista com o Cardeal Burke

Abaixo transcrevemos uma breve entrevista do Cardeal Burke, prefeito do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica, palavras alentadoras vindas de um digno princípe da Santa Igreja, sobretudo em tempos em que esperamos ouvir a voz do Pastor e muitas vezes não ouvimos!

Queira Deus abençoar cada vez mais este brilhante Sucessor dos Apóstolos, são os votos e orações do Tradição Cariri!

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Cardeal Burke, prefeito do Tribunal supremo da Signatura Apostólica.
O cardeal Raymond Leo Burke, prefeito do Tribunal supremo da Signatura Apostólica, esteve presente nas jornadas Evangelium vitae, concluídas pelo Papa Francisco I no dia 16 de junho em Roma. Ele exorta os católicos a se mobilizarem – inclusive na rua se necessário – para defender a família e a vida.

A defesa da vida é um combate incessante para a Igreja, como o atesta, entre outros, a continuação das jornadas Evangelium vitae lançadas por João Paulo II. Onde se radica essa prioridade?

A lei que a Revelação nos deu nos ensina que o primeiro direito de um ser humano é de viver. Esta verdade, que é a inviolabilidade de vida inocente, é tão mais evidente quando se lembra que Cristo morreu por todos os seres humanos sem exceção. Lembremos igualmente a parábola do juízo final: “O que fazeis ao menor dos meus é a mim que o fazeis” (Mateus 25,40). Ora, aqueles que são vivos, mas ainda não nasceram, são os menores. É por isso que a Igreja conclamará sempre a proteger a vida inocente. Mais ainda, o primeiro preceito da lei natural é o de promover e proteger a vida humana. Inscrito no coração de cada um, este preceito é participado por todo mundo, seja qual for a sua orientação espiritual.

Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, assinada pelo cardeal Ratzinger em 2004, indicava que não se devia dar a comunhão a políticos católicos, homens e mulheres, que defendessem publicamente o aborto. Ela está ainda vigente?

Inteiramente ! Os homens políticos que se dizem católicos, mas que defendem o aborto pretendendo não querer impor suas convicções religiosas, estão no erro, pois, como eu já o disse, a revelação divina não vem senão confirmar aquilo que a lei natural acessível a todos já estabeleceu. E aqueles que fazem abertamente a promoção do aborto não devem, portanto, ter acesso à sagrada comunhão. Esta regra de disciplina canônica está prevista no artigo 915 do Código de Direito Canônico. Os católicos devem saber manifestar sua oposição, inclusive na rua, quando necessário.

Qual é o papel da família no respeito pela vida?

A família tem o primeiro papel, pois são os pais que devem ensinar os filhos a respeitarem a vida humana e a si próprios. Em uma segunda etapa, a educação religiosa deve preparar os filhos nesse sentido. Nesta ótica, a catequese é muito importante. Durante os anos, a maneira de ensinar o catecismo às crianças foi de tal maneira pobre que há uma necessidade de realizar um verdadeiro trabalho nesse ponto. Espero que esse tempo em que a catequese foi empobrecida acabou. Lembro-me de que quando eu era bispo de uma diocese, tentei tanto que pude remediar esses problemas.

Vossa Eminência é o prefeito do Tribunal supremo da Signatura Apostólica, que vela pela boa administração da justiça eclesiástica. O que diz o ensinamento da Igreja sobre as uniões homossexuais?

O ensinamento da Igreja é muito claro. A união sexual é moral no âmbito do casamento, sendo ela a expressão de um amor fiel, permanente e fecundo, isto é, procriador, entre um homem e uma mulher. Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, aparecida em 2003 e assinada pelo Cardeal Ratzinger, então prefeito dessa mesma congregação, condenava assim toda forma de legalização das uniões homossexuais. A natureza nos ensina que o homem e a mulher são feitos um para o outro. A alteridade é uma condição necessária ao casamento. Cumpre, pois, compreender que a Igreja Católica jamais aprovará as uniões homossexuais, que não podem ser naturalmente procriadoras.

Na França, a lei que legaliza o casamento homossexual foi votada. O que os católicos devem fazer doravante?

Acompanhei o combate dos franceses contra essa lei. Eu posso lhes dizer aqui: continuem a manifestar, continuem a mostrar que essa lei é injusta e imoral. A Igreja os apoiará nesse combate pela justiça. Eu incito assim os padres e os bispos a continuar nessa via e a manifestar sua oposição na rua se necessário. É importante que eles dêem o exemplo. Eu mesmo cheguei a manifestar, notadamente na Marcha pela Vida. Na Evangelium vitae, João Paulo II faz referência à desobediência civil, é nesse gênero de caso que devemos praticá-la. Os pais têm igualmente um trabalho a fazer contra essas leis insidiosas. Eles devem observar o que fazem seus filhos. O pior hoje é sem dúvida a pornografia. Os pais devem prestar atenção principalmente quando os filhos utilizam o computador e olham coisas cujos efeitos eles não medem e que fazem muito mal.

Como preservar as crianças desses desvios de conduta quando exibidos na rua?

É preciso que os pais procurem manter seus filhos longe de tudo isso e explicar-lhes o que é bem e o que é mal. A escola é também um lugar no qual importa investir. É necessário principalmente que o ensino católico seja ainda mais católico do que o é atualmente.

(Fonte: Famille Chrétienne)