Francisco fala em Roma, Burke fala nos EUA.

Cardeal Burke.
Por isso publicamos hoje esta entrevista e
damos ampla cobertura ao que disse o Cardeal Burke, enquanto a milhares
de quilômetros de distância, em sua suíte papal na Casa Santa Marta,
Bergoglio lembrava que “uma pastoral missionária não pode estar obcecada
com a transmissão desarticulada de uma multiplicidade de doutrinas a
serem impostas com insistência”. Além de falar sobre o Summorum Pontiticum
e a participação dos fiéis católicos na Missa, o Cardeal Burke dedica
amplo espaço à tríade contracepção, aborto e casamento gay. Não tem medo
de falar sobre “a alarmante rapidez com que se está implementando a agenda homossexual”, fato que “deve despertar a todos nós e nos deixar alarmados quanto ao futuro da nação” [referindo-se aos EUA]. Sobre isso, acrescenta o Cardeal: “estamos
diante de um engano, de uma mentira sobre os aspectos mais fundamentais
de nossa natureza humana, da sexualidade humana, que nos define [como
tais]”.
Mentiras que só podem “vir de Satanás”, diz o Cardeal e antigo arcebispo de Saint-Louis. “É
uma situação diabólica que visa destruir os indivíduos, as famílias e
finalmente a nossa nação. É o mal imperante, logo, como resultado de uma
cultura de morte, uma cultura contra a vida e contra a família que já
existe há tempos”. E a culpa, a responsabilidade máxima do colapso “é dos católicos”, diz Burke.
“Não combatemos adequadamente, porque
não nos foi ensinada a nossa fé católica, sobretudo na profundidade
necessária para enfrentar esses graves males do nosso tempo. É uma
falência da catequese, seja a catequese das crianças, seja a dos jovens,
que é realizada nos últimos 50 anos. É necessária uma atenção muito
mais radical, e posso dizer isso porque fui bispo de duas dioceses
diferentes”. O resultado da catequese superficial dos últimos 50 anos
“é que muitos eleitores adultos apoiam políticos com posições imorais,
porque não conhecem a sua fé católica e o seu ensinamento sobre a
questão da atração pelo mesmo sexo e sobre a desordem intrínseca das
relações sexuais entre duas pessoas do mesmo sexo. Isso porque – acrescenta – tais pessoas não estão em condições de defender a fé católica”.
O fundamental por determinar a situação corrente foi “a exaltação da virtude da tolerância, falsamente concebida como a virtude que se sobrepõe a todas as outras virtudes”, disse Burke. Em outras palavras, explica,
“deveríamos tolerar outras pessoas em suas ações imorais, a ponto até
de parecer que apoiamos a moral equivocada. A tolerância é uma virtude,
mas certamente não é a principal, que é a caridade. E caridade é falar
da verdade, especialmente da verdade sobre a vida humana e a sexualidade
humana. Enquanto nós amamos o indivíduo, nós desejamos somente o
melhor para aqueles que sofrem de uma inclinação que os leva a se
envolverem em relações sexuais com uma pessoa do mesmo sexo. Nós devemos condenar estas ações, porque estão em desacordo com a própria natureza, como Deus nos criou. É preciso dizer, nota o cardeal prefeito, um
basta “ao falso sentido de diálogo que se infiltrou também na Igreja.
Não é possível reconhecer publicamente aqueles que apoiam violações
abertas à lei moral, nem render a eles quaisquer tipos de honras. Isto é
um escândalo, uma contradição, um erro”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário