Um dos propósitos do Jornal “Versus Deum” e do Blog Tradição Cariri é trazer para os seus leitores
textos dos Santos e Doutores da Igreja que são, em nossos dias, muitas vezes
negligenciados, quando não deliberadamente escondidos e esquecidos por aqueles
que deveriam conduzir o povo de Deus ao perfeito conhecimento da Fé Católica.
Por isto, transcrevemos a seguir as belas palavras de SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, sobre o principal aspecto que envolve o mistério da Santa Missa, seja no Rito Antigo – Tridentino defendido pelos que fazem o “Versus Deum”, seja na Liturgia Reformada de Paulo VI, que é a relação estreita, mística e profunda que há entre o Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz de Cristo no Calvário, que são na realidade o Único e Mesmo Sacrifício como bem ensina a Regra de Fé Católica.
Seguem as palavras deste
grande santo:
“A principal excelência do santo
Sacrifício da Missa consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o
mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que
o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que nessa única
oblação JESUS CRISTO satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo;
enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode
renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos aplicar
especialmente esta expiação universal que JESUS por nós cumpriu no Calvário.
Assim o
SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos
proporciona as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO.
Um abre-nos os tesouros dos méritos de CRISTO Nosso
Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos.
Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma representação, uma simples memória da
Paixão e Morte do Nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se
realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto que se pode
dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso Redentor morre por nós
misticamente, sem morrer na realidade, estando ao mesmo tempo vivo e como
imolado: Vidi agunum stantem
tanquan accisum (Apoc 5, 6).
No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o
nascimento do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse dia.
Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a
subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO SANTO, sem que, de modo
algum nesses dias o Senhor suba ainda ao Céu, ou ao ESPÍRITO SANTO desça visivelmente à Terra.

A obra de nossa Redenção aí se exerce: sim, exercetur, aí se exerce atualmente. Este
santo sacrifício realiza, opera o que foi feito sobre a Cruz. Que obra sublime!
Ora, dizei-me sinceramente se, quando ides à Igreja para assistir a
Santa Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do Redentor,
que diria de alguém que vos visse aí chegar numa atitude tão pouco modesta?
Se Maria Madalena fosse ao Calvário e
se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e ataviada como em seus tempos
de desordem, quanto não seria censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa
Missa como se fôsseis a uma festa mundana?
Que aconteceria, sobretudo
se profanásseis este ato tão santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros
sacrílegos?
Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniquidade
não tem cabimento; mas os pecados que
se cometem na hora da Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que
atraem a maldição de Deus: Maledictus
qui facit opus Domini fraudulenter (Jer 48,10). Meditai seriamente sobre
este assunto” - SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, extraído do livro AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA.
Fortes e ortodoxas palavras, caros leitores! Mas
palavras de um Santo, notem bem!
Antes buscássemos dar mais ouvidos às palavras dos
grandes Santos e Doutores da Santa Igreja que a qualquer “profeta moderno”
apressado na tarefa de reformar e deturpar a Regra de Fé Católica em busca, no
mais das vezes, de agradar nossos mundanos ouvidos ou de ser elogiado pelo
Mundo!
Para concluir gostaríamos de fechar propondo aos
nossos leitores uma reflexão, dado que a Santa Missa nada mais é que a
renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, como sempre ensinou a Fé
Católica pelos séculos, qual deveria ser nossa atitude diante da Sagrada
Liturgia? Seria razoável imaginar no Calvário músicas seculares com ritmos
dançantes? Palmas? Pula-pula e algazarra?
Ou antes, deveríamos estar contritos, ajoelhados, em
oração profunda e unitiva com Aquele que se imola por nós, muito embora sejamos
tão indignos?
Um outro
grande Santo Capuchinho, o Padre Pio de Pieltrecina, certa vez foz chamado a
responder pergunta semelhante, eis sua resposta:
“Padre, como devemos assistir à
Santa Missa?
Como assistiram a
Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao
Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.”
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