sábado, 28 de setembro de 2013

O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA É O MESMO SACRIFÍCIO DA CRUZ



Um dos propósitos do Jornal “Versus Deum” e do Blog Tradição Cariri é trazer para os seus leitores textos dos Santos e Doutores da Igreja que são, em nossos dias, muitas vezes negligenciados, quando não deliberadamente escondidos e esquecidos por aqueles que deveriam conduzir o povo de Deus ao perfeito conhecimento da Fé Católica. 

Por isto, transcrevemos a seguir as belas palavras de SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, sobre o principal aspecto que envolve o mistério da Santa Missa, seja no Rito Antigo – Tridentino defendido pelos que fazem o “Versus Deum”, seja na Liturgia Reformada de Paulo VI, que é a relação estreita, mística e profunda que há entre o Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz de Cristo no Calvário, que são na realidade o Único e Mesmo Sacrifício como bem ensina a Regra de Fé Católica.



Seguem as palavras deste grande santo:

  
A principal excelência do santo Sacrifício da Missa consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por nós cumpriu no Calvário.


Assim o SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO.


Um abre-nos os tesouros dos méritos de CRISTO Nosso Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos.


Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma representação, uma simples memória da Paixão e Morte do Nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso Redentor morre por nós misticamente, sem morrer na realidade, estando ao mesmo tempo vivo e como imolado: Vidi agunum stantem tanquan accisum (Apoc 5, 6).


No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse dia.


Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO SANTO, sem que, de modo algum nesses dias o Senhor suba ainda ao Céu, ou ao ESPÍRITO  SANTO desça visivelmente à Terra.


A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz, mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo JESUS, que se imola hoje na Santa Missa. Opus trae Redemptionis exercetur, diz a Santa Igreja.


A obra de nossa Redenção aí se exerce: sim, exercetur, aí se exerce atualmente. Este santo sacrifício realiza, opera o que foi feito sobre a Cruz. Que obra sublime! Ora, dizei-me sinceramente  se, quando ides à Igreja para assistir a Santa Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do Redentor, que diria de alguém que vos visse aí chegar numa atitude tão pouco modesta? Se Maria Madalena fosse ao Calvário e se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e ataviada como em seus tempos de desordem, quanto não seria censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa Missa como se fôsseis a uma festa mundana?


Que aconteceria, sobretudo se profanásseis este ato tão santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros sacrílegos?


Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniquidade não tem cabimento; mas os pecados que se cometem na hora da Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que atraem a maldição de Deus: Maledictus qui facit opus Domini fraudulenter (Jer 48,10). Meditai seriamente sobre este assunto” - SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, extraído do livro AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA.


Fortes e ortodoxas palavras, caros leitores! Mas palavras de um Santo, notem bem!


Antes buscássemos dar mais ouvidos às palavras dos grandes Santos e Doutores da Santa Igreja que a qualquer “profeta moderno” apressado na tarefa de reformar e deturpar a Regra de Fé Católica em busca, no mais das vezes, de agradar nossos mundanos ouvidos ou de ser elogiado pelo Mundo!


Para concluir gostaríamos de fechar propondo aos nossos leitores uma reflexão, dado que a Santa Missa nada mais é que a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário, como sempre ensinou a Fé Católica pelos séculos, qual deveria ser nossa atitude diante da Sagrada Liturgia? Seria razoável imaginar no Calvário músicas seculares com ritmos dançantes? Palmas? Pula-pula e algazarra?


Ou antes, deveríamos estar contritos, ajoelhados, em oração profunda e unitiva com Aquele que se imola por nós, muito embora sejamos tão indignos?


Um outro grande Santo Capuchinho, o Padre Pio de Pieltrecina, certa vez foz chamado a responder pergunta semelhante, eis sua resposta:


“Padre, como devemos assistir à Santa Missa?


Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.”



 

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